Retirado do livro `Veios Causos Daqui`
Autor:
Ivan Ribeiro de Carvalho Num tar dessis dia Qui nem o capeta sai di casa di mêdu da muié , tava eu mei inbrabadu resorvi i nu butecu du Dito viera , veinho bão dimais , cumpanhêru e amigu di tudu mundu , além das cachaça bôa Qui ele vindi tinha tamen uns tiragosto daóra , torrêmu , pechi fritu e uns paster di carni Qui era um ispetaculu , acabemu di entra numa prosa das bôa cun Sô Ditu i u Dilinu e resorvi comprá deis garrafas de pinga , a muié tava braba mêmu , fazê u quê né ???
Quandu aprumei in casa , a patrôa tava braba tar comu uma onça e mi obrigou a jogar tudo fora :
Ai .........
- peguei a primeira garrafa , bebi um copo e joguei o resto na pia .
- peguei a segunda garrafa , bebi outro copo e joguei o resto na pia .
- peguei a terceira garrafa , bebi o resto e joguei o copo na pia .
- peguei a quarta garrafa , bebi na pia e joguei o resto no copo .
- peguei a quinta garrafa , joguei a rolha na pia e bebi a garrafa .
- peguei a sexta garrafa , bebi a garrafa e joguei o copo no resto .
- a sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia .
- peguei no copo , bebi no resto e jóquei a pia na oitava garrafa .
- joguei a nona pia no copo , peguei a garrafa e bebi o resto .
- o décimo copo eu peguei a garrafa no resto e me joguei na pia .
e já não sei o que fiz com décima primeira patroa .
I o Sô Ditu viêra quandu sobi du causu só deu umas daqueias gostosas risadas e deu a vossemecê mais deis garrafas , gora cê trabaia cun sua imaginassão e conta pru seu cumpanheiru u Qui cê feiz cun eias ....
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Ô trein bão sô
Qui trein é essi , cumpadi , na veridica corri os zóia nas inscrita ai dibaxu :
``Interessante que o assunto mineirês veio à tona logo no dia em que
alguns transtornos foram causados pelo seu desconhecimento por parte de
alguns jornalistas, que escreveram a seguinte manchete:
"Trens batem de frente em Minas."
Os mineiros, obviamente, não deram a devida importância, já que
para eles isto quer dizer apenas que duas coisas bateram. Poderia ter
sido dois carros,um carro e uma moto, uma carroça e um carro de boi,
ou até mesmo um choque entre uma mala de viagem e a mesa de jantar.
Movido pela curiosidade, resolvi então consultar o Aurélio. E vejam
o que diz:
Trem [Do fr. train.] S. m.
1. Conjunto de objetos que formam a bagagem de um viajante. 2.
Comitiva, séquito. 3. Mobiliário duma casa. 4. Conjunto de objetos
apropriados para certos serviços. 5. Carruagem, sege. 6. Vestuário,
traje, trajo. 7.Mar. G. Bras. Grupamento de navios auxiliares
destinados aos serviços (reparos, abastecimento, etc.) de uma
esquadra. 8.Bras. Comboio ferroviário; trem de ferro. 9.Bras. Bateria
de cozinha. 10.Bras. MG C.O. Pop. Qualquer objeto ou coisa; coisa,
negócio, treco, troço: "ensopando o arroz e abusando da pimenta, trem
especial, apanhado ali mesmo, na horta." (Humberto Crispim Borges, Cacho
de Tucum, p. 186). 11.Bras. MG S. Fam. Indivíduo sem préstimo, ou de
mau caráter; traste.
Vejam que o sentido de comboio ferroviário é apenas o 8º, e ainda
é considerado um brasileirismo.
Comentei o fato com um amigo especialista em etimologia, que me
esclareceu a questão: o comboio ferroviário recebeu o nome de trem
justamente porque trazia, porque transportava, os trens das pessoas.
Vale lembrar que nessa época o Brasil possuía uma malha ferroviária
com relativa capilaridade e o transporte ferroviário era o mais
importante. Assim, era natural que as pessoas fizessem essa
associação.
Moral da estória:
O mineiro é, antes de tudo, um erudito. Além de erudito, ainda é
humilde e aceita que o pessoal dos outros estados tripudie da forma
como usa a palavra trem. Na verdade, acho que isso faz parte do
"espírito cristão do mineiro".
Ele escuta as gozações e pensa: que sejam perdoados, pois não sabem
o que dizem``
``Interessante que o assunto mineirês veio à tona logo no dia em que
alguns transtornos foram causados pelo seu desconhecimento por parte de
alguns jornalistas, que escreveram a seguinte manchete:
"Trens batem de frente em Minas."
Os mineiros, obviamente, não deram a devida importância, já que
para eles isto quer dizer apenas que duas coisas bateram. Poderia ter
sido dois carros,um carro e uma moto, uma carroça e um carro de boi,
ou até mesmo um choque entre uma mala de viagem e a mesa de jantar.
Movido pela curiosidade, resolvi então consultar o Aurélio. E vejam
o que diz:
Trem [Do fr. train.] S. m.
1. Conjunto de objetos que formam a bagagem de um viajante. 2.
Comitiva, séquito. 3. Mobiliário duma casa. 4. Conjunto de objetos
apropriados para certos serviços. 5. Carruagem, sege. 6. Vestuário,
traje, trajo. 7.Mar. G. Bras. Grupamento de navios auxiliares
destinados aos serviços (reparos, abastecimento, etc.) de uma
esquadra. 8.Bras. Comboio ferroviário; trem de ferro. 9.Bras. Bateria
de cozinha. 10.Bras. MG C.O. Pop. Qualquer objeto ou coisa; coisa,
negócio, treco, troço: "ensopando o arroz e abusando da pimenta, trem
especial, apanhado ali mesmo, na horta." (Humberto Crispim Borges, Cacho
de Tucum, p. 186). 11.Bras. MG S. Fam. Indivíduo sem préstimo, ou de
mau caráter; traste.
Vejam que o sentido de comboio ferroviário é apenas o 8º, e ainda
é considerado um brasileirismo.
Comentei o fato com um amigo especialista em etimologia, que me
esclareceu a questão: o comboio ferroviário recebeu o nome de trem
justamente porque trazia, porque transportava, os trens das pessoas.
Vale lembrar que nessa época o Brasil possuía uma malha ferroviária
com relativa capilaridade e o transporte ferroviário era o mais
importante. Assim, era natural que as pessoas fizessem essa
associação.
Moral da estória:
O mineiro é, antes de tudo, um erudito. Além de erudito, ainda é
humilde e aceita que o pessoal dos outros estados tripudie da forma
como usa a palavra trem. Na verdade, acho que isso faz parte do
"espírito cristão do mineiro".
Ele escuta as gozações e pensa: que sejam perdoados, pois não sabem
o que dizem``
Além di tudi cumpadi , além do coração grandão Qui nois minero tem , nois tem us zóio maior Qui tudu nesti mundo pois antionti mêmu caiu um trein dentu du meu zóio , cê num credita , itão vai planta uns trein na sua horta , Qui eu vou pega meus trein pra i pesca uns trein nu rio Qui passa dibaxu da linha di trein lá perto da instação di trein .....hi hi hi hi
( transcrito de pesquisas via internet ) ******************************************************************************************
Qui é UAÍ
Us cunhicido paulista sempi Qui vem prás festança di Brasopis pregunta pra nois :
- Ô minêru Qui Qui é essi troçu di UAÍ Qui uceis fala tantu ?
I nois respodi prêis assim :
- UAÍ é UAÍ , UAÍ .
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Préda di Vrido
Quandu nois era criança , aqueis pirrainhu di pé nu chão , cuns zóin di frumiga Qui biserva tudu , cuns aqueis zoreião di burro fujão Qui zovia tudin i tá sempi disposta a levá um puxão das fessôra , cuns aquei barrigão di vermi di tanto cumê terra vermêia nu barrancu , cás bunda tudu ardida di apanhá dus mai véiu di tantu fazê arti diinterin .
Ô vidão bão Qui num vorta mais ......
Era um tar di i robá manga no pasto du sô tonho , di i dá predada nus burro da véia Tiana , di i amarra sapu na linha di trein e vê u bixin istora quandu us trein passava , di i infiá palito di fosfu nu fiofó dus pintinhu só pra vê us bixin fica arrebolandu , di i amarra brabanti in maçõ di braquiará i da prus boi só pra vê eis inguli uns cinquenta metu di brabarti , di i nada nus riu Qui era tudu limpin Qui dava inté pra vê us pexi nu fundu , di i pesca trombonbó Qui era batê a bunda na canoa prus pexi pula prá dentru , di i pegá gato da vizinha e fazê assadu nu fugão da mãe inquantu ela tava viajanu na casa dus parenti di longi , di i sonda as muié da vida inquantu eas tava lavanu ropa nu rio só pra vê us peitão deas , di sorta pipa , di roda pião , di joga bola di gudi , di batê piqui , di corrê lança romeu , di assa batata doce na fugueira , di corrê di lobisomi in lua cheia , di fica cun medão danadu di sombração , di leva pinicada di urina da vèia Tia Chica só pruquê nois tava cunversanu dibaxu da janela da vèia Qui inxia u urinó treis véis pru noiti , di chuta bola di meia , di brinca di beti i ticotico fuziladu , di fazê arapuca pra pegá urubu nu curtumi , di fazê istilingui di furguilha di goiabêra i i fusá nu lixão du ospitar pra acha tripa di mico Qui era mui bão pra dá istilingada in passarin , tadin deis , di pega aleluia i arranca as asa deas , di i caça sauva i fazê farofa cas bunda deas , di fazê pica pau um revorvi di canu di antena di tevisão cun porva preta i isfera di rolimã , di fazê carrinhu di rolimã e tabua di sêbo i desce cada morrão Qui Deus tinha era dó da mulecada , pois é só quebrava uns braçus i uns dedu , ninguem murria .
Ô tempão bão Qui num vorta mais , oji só essi troçu di computadô Qui a mulecada num deixa in paiz é um tar de emiessiemi ,oto tar di lhocuti e di conto istraiga i é um tar di celulá Qui antes era só di prozêa , oji servi inté pra tira foto dus oto , Qui coisa loca , uai inté pareci coisa di bixo das istrela .
Mai u Qui eu gostava mêmu era di chupa preda di vidro , aqueli trein gostoso di bão Qui ucê poe agua na geladera e a agua fica dura e fresquin , ô trein bão dimais sô , meu vô nem gostava Qui nois chupava muito aquilo e di veiz ota dava uns tabevis nus cucurucu da genti e inté cantava uma musquinha pra nois num fica tristi , a musca era assim ò :
``Mai tu tá cumendu vridu mininu ......
Nãum vô , eu tô chupanu é preda dagua ........
Joga esta pesti fora , fiuú .....
Queti diabu doi us dentis , fiuú.....
Uma veis eu peguei nea , fiuù ...
I minha mão ficô drumenti fiuú ...´´
Mai inté Qui nois gostava da musquinha e vorta ota nois tava chupanu preda dagua dinovo , levava uns nus cucurucu e zovia a musquinha dinovo........
Ô tempão bão Qui não vorta mais , é iguar agua di riu , passa só uma veiz na sua frenti ..........
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Galinhisplûdiu sô.
Tuda sigundafêra é sagrada pra nois cumê um franguinho caipira nu fugão di lenha , ispeciar se fô cun quiabu.
Tem nessas das urtimas eu o cumpadi Ardu o grandão da lotera du mercadu . o Dotô Décio, o véiu Tché i uns cumpanheru resorvemu fazê uma galinhassada e pegamu uma receita do veio Tché , ingora iscutá só :
Tava nois na cozinha , lá pras banda da fazenda du Dotô Fernandu tomandu uma Sartu de Purga e o Ardu tomando uma pincumer e o Veio Tché cuzinhandu um quidicarni cumastumate pra faze uma macarronada cun galinhassada . e a coisa tava boa inté qui quascaí di susto quandu vi um baruiu vindi denduforno du fugão di lenha , parecendu tidiguerra , iguar as metraradôra de firmi qui o falecido cumpadi Raimundú passava nu cinema da praça .
Tai qui nois vai sabê o qui tinha acontecidu , a receita do Veio Tchê mandapô midipipoca denda galinha prassá , o forno isquentô i mistorô e o fiofó da galinhispludiu .
Tadu bem qui eu gritei Nossinhora , fiquei brancu quinein um lidileite .
Trein doidimais sô , quaiscaí dendapía , Fiquei sensabê doncovim , noncotô , proncovô e inté quenconsô .O cumpadi Ardú já gritô e seguro pagô , o Dotô Fernandu processô e o VéioTché cagô
GrazaDeus ninguém semaxucô.
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Uma tar de Marimolon
Uma tar de Marimolon , lôrona das bOa..
Esta istória doutro mundo foi u cumpadi Glaubu qui mi conto , num
creditei muito naum , mais vô ti conta tamen ...
Numa destas noitis iscura e tava cuma chuvarada danada, tava uma
caipirona das boa dus cabelu cor de mio maduro ,uma baita de uma lôrona ,
tudu mundo chamava ela de Marimolon ,tava ela na beirada da instrada
diterra , sem Luiz ninhuma pidindo carona pra chegar no arraiar e dançar
uma moda diviola , qui ela fazia muito gosto .
Ninguém passava e a chuvarada tava braba mêmo .
Direpenti Marimolon oiou um carro parar pertindela .
Inté alegre , sartou pra dentro do carro , um fusquinha mais veio qui do
veio tchê ,i , fechando a porta, se diparou com o causu de nãum tê
ninguém no volante !!!
O carro cumeçou a rodar divargarzinhu dimais sô , a pé achu qui chegava
mais ligêro.
Intão a tar moça viu uma curva chegar bem na sua frente, Cun mêdão danado
e inda não aprumou do choque de estar num carro fantasma, começa a
rezar pratudu qui é santu,Pra num morre na curva .
Daí qui nese instanti, quando já tava in cima da curva uma misteriosa
mão surgi pela janela do automovi e vira o volante.
Morta de medu , Marilmolon continua dinovo a observar as aparição da mão
qui a sarvava a cada curva do caminho.
Inté qui, pertin du arraia juntõ forças qui inda possuía, sarta do
automovi, i si ralandu toda saiu in disparada, disisperada, para dentu do
arraia .
Cansada, incharcada di água e barro qui nem a porca du cumpadi Vitu ,
entra num buteco du cumpadi Inspiditu e pedi uma cachaça da boa , a
brotinhu e vira duma veis.
Aí começou a contar prus outros pessoar qui tava nu buteco o que tinha
acontecido cuela na instrada .
Daquele instantin só , dois caboco adentram nu buteco: cumpadi Rômu e cumpadi Marcé, tamen
incharcados de água e barro quinem porco , tamen e um deis falô pru
outro:
Oia lá , cumpadi a lora retardada qui entrô no nosso carro enquantu
agente tava empurrando!
Dispois nois caipira é qui é burro , ce incridita ???
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Esta istória doutro mundo foi u cumpadi Glaubu qui mi conto , num
creditei muito naum , mais vô ti conta tamen ...
Numa destas noitis iscura e tava cuma chuvarada danada, tava uma
caipirona das boa dus cabelu cor de mio maduro ,uma baita de uma lôrona ,
tudu mundo chamava ela de Marimolon ,tava ela na beirada da instrada
diterra , sem Luiz ninhuma pidindo carona pra chegar no arraiar e dançar
uma moda diviola , qui ela fazia muito gosto .
Ninguém passava e a chuvarada tava braba mêmo .
Direpenti Marimolon oiou um carro parar pertindela .
Inté alegre , sartou pra dentro do carro , um fusquinha mais veio qui do
veio tchê ,i , fechando a porta, se diparou com o causu de nãum tê
ninguém no volante !!!
O carro cumeçou a rodar divargarzinhu dimais sô , a pé achu qui chegava
mais ligêro.
Intão a tar moça viu uma curva chegar bem na sua frente, Cun mêdão danado
e inda não aprumou do choque de estar num carro fantasma, começa a
rezar pratudu qui é santu,Pra num morre na curva .
Daí qui nese instanti, quando já tava in cima da curva uma misteriosa
mão surgi pela janela do automovi e vira o volante.
Morta de medu , Marilmolon continua dinovo a observar as aparição da mão
qui a sarvava a cada curva do caminho.
Inté qui, pertin du arraia juntõ forças qui inda possuía, sarta do
automovi, i si ralandu toda saiu in disparada, disisperada, para dentu do
arraia .
Cansada, incharcada di água e barro qui nem a porca du cumpadi Vitu ,
entra num buteco du cumpadi Inspiditu e pedi uma cachaça da boa , a
brotinhu e vira duma veis.
Aí começou a contar prus outros pessoar qui tava nu buteco o que tinha
acontecido cuela na instrada .
Daquele instantin só , dois caboco adentram nu buteco: cumpadi Rômu e cumpadi Marcé, tamen
incharcados de água e barro quinem porco , tamen e um deis falô pru
outro:
Oia lá , cumpadi a lora retardada qui entrô no nosso carro enquantu
agente tava empurrando!
Dispois nois caipira é qui é burro , ce incridita ???
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ZUCANA – COMÉ QUI APÊIA LÁ ...
PINGUIN BÔA QUI U CUMPADI MARQUIN TEM LÁ NU SITIO SORRISO DU LAGATU
LOCALIZAÇÃO :
DISPOIS DE BRASOPIS , PASSANDO PELO TREVU DU BISERVATORI ,PEGA O RUMO DA INSTAÇÃO DIA , NO MEIO DU RETÃO , QUEBRA A ISQUERDA , RODA MAIS UNS MIRMETRO , QUEBRA A DIREITA TRAVEIS , RODA MAIS UNS MIRMETRO E MEIO , SE VIRÁ ISQUERDA TRAVEIS ,UCÊ SAI NO POLACU , VIRE A DIREITA TRAVEIS, PERAÍ NUM VIRA NAUM SÓ ÓIA , AÍ UCÊ VÊ UM BAITA DE UM BARRACÃO INTORNANDU PINGA DA BÔA , AÍ CÊ PREGUNTA DO MARQUIN ZUCA , SE NUM TIVÉ , PREGUNTA DÚ CABOCLO MARIO , NUM PRIOCUPA NAUM , NUM É O DU ARMARIO NAUM , SE QUIZÉ CUNHÊCÊ O GERARDINHO ZUCA CÊ ENTRA NA PORTÊRA DA ISQUERDA , VORTANDO UNS POUCO , TROCENTOS METRO PRA FRENTE , CÊ UM RANCHINHO MUI RUMADIN , AI É SÓ CHAMA O GERARDINHU , CUIDADO COM A CADELA DOLI , É BRABA PRA BURRO .
NUM TEM ERRO .
COMPOSIÇÃO :
CANA DA BOA , FERMENTADA NOS TRINQUES , DESTILADA DI ACORDO . E CURTIDA IN BARRIR DE CARVALHO ,
GRADUAÇÃO ETILICA ( QUÊ QUI É ISSO ??) QUI TREM É ISSO , QUE DIABO É ISSO ???/// FAIZ MUITA DIFERENÇA O BÃO É A TONTURA .
FABRICAÇÃO TEM DESTIS DIAS MÊMO E COISA VEIA .
VALIDADE : USANDO DE ACORDO DÁ PRUNS TEMPINHO BÃO .
SUGESTÃO DE USO : CE QUI ISQ´COI O TIRAGOSTO .
I ÒIA QUI U TRECU É BÃO MÊMU .
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Pinga????
Tudu mundu pregunta e ispicula u pruquê Qui a marvada si chama pinga ou cachaça .
Mui genti pensa Qui é pruquê quandu fervi a garapa e dispois ela pinga nu tachu , tudu mintira . Vô proseá cuseis a istora veridia , lá vai intão .
Naquei tempo dus iscravu , us bixo panava muitu , mais eis usava a beteraba prá fazê o auçuca , mai aí discubriru Qui a tar de cana tamen dava uma auçuquinha bão dimais tamen . Aí os sinhô coroné punha us iscravu pra fervê um tacho grandão prá burro , cheio de garapa Qui sai da cana dispois de insprimida , aí us crioulus tinhan Qui ficá mexendo a fervura inté Qui virava um trecu parecido cun rapadura . Mai nus garpão Qui ficava fervendo era mais quente Qui o purgatoru i us negão suava prá burro , mai a fervura suava tamen e ivaporava uns trecus Qui dispois grudava nus teiadus i nus caibus du garpão.
Ai Qui vem o nome de pinga na danada , pus é cuntempu a agua Qui ivaporava cumeçava a pingá nas costa dus iscravu . Intão cumé Qui us negão nuera nadinha bobimho cumessaru a prova aqueis gotinha e acharu bão dimais sÔ , aí.. eis punha umas cabaça prá apará as agua Qui inda era ardente e dava uma tuntura boa pra burro sÔ . Aí u nome di agua ardente e cumé Qui pingava du teto pegô u nomi di pinga . Intendeu seu burro , num inventa mai naum .
Ingora o nome de cachaça era pruquê as nega iscrava Qui trabaiava nas cuzinha dus casarão grandi du sinhô , usava essa tar di agua ardente prá temperá us cachassu , cê sabi Qui é cachassu né , seu burro , é porcu vèio , cumé Qui só as leitôa , inté oji é mió Qui us leitão , ai as nega temperava us cachassu prá disfarssa u gostu ruim dus bixu , aí u nomi de cachaça .
Tudu mundu intendeu , intão tá , vamú bebê prá cumemorá Qui noi num impotá cuns nomi naum u Qui noi importa é cun a tuntura .
*************************************************************************************PIMENTA BRABA
Resorvemu nuns tar destis dia planta umas pimenta pra nois cumê e pra dá prus amigu , as pimenta . I comu o trein ficô bão dimais nois cumeçemu a fazê umas receita cás pimenta da plantação .
Vô passa prús cêis uns jeitin bão de tê uma pimentinha da bôa prás jantarada Qui tudu Qui é bão mineru gosta de fazê . ôia mais tem Qui ser a malaguetinha , Qui é facil de pega na planatação e de mexê cuela .
Primeru cê ruma umas sementi seca e planta eia na terra , inspera uns tempinhu prela dá , quando tivè vermein , cê vai i panha eias , da uma lavada de agua neias pra tira a sujera di terra i bixu . Bein limpin só pode por eias num vidu bein limpin tamen , tem genti Qui frevi o vidu e tamen a pimenta , nois só frevemu u vidu . pro cê tê eia pra bastanti tempu ucê pôe eias nu vidu cun vingui di arco , fica mais fraquin tamen . Si ucê quizè mais forte , pôe óio di cuzin , só Qui soca dentu da geladera pra dura mais i num istragá .
Ingora si quizé um trein doidu di bão faiz doci di bacachi ou doci di cidra i pôe uma cuezin di pimenta isfarelada nu vidu i comi cun leitão pururuca , nossa u trein fica bão dimais só .
Há si quizè um trein mais forti du mundu interu , cê pega a pimentin vermein i madura , pega uma panela di ferro ou um aradu véiu mêmu pôe nu forno quandu a brasa já tivé minguanu , só tira nu oto dia . Dispois di sequin sequin ucê faiz iguar fumu di rolo dibuia eia tudin , num vai fazê xixi dispois naum si naum cê vai rependê dissu , i pôe nus saquin piquininin , pruquê a bixa fica forte pra burro . podi por na cumida Qui miò ti proseá.
Lembu du causu du cumpadi Gorgi , aquei Qui gosta di carca aguia na bunda dus oto , ô cabocu bão di proseá i di fazê ucê dá umas bôa risada . Uma veis eia tava nu meu butecu cuns cumpanherus dei , i ai carcaram dessa pimenta aí nu cochu dei , mai u diabu ardia tantu Qui u cumpadi Gorgi lambia inté a paredi di tijolo du butecu pra arranca u ardumi da lingua , mai foi só gargaiada pra tudu Qui foi lado , inté deu dor di barriga nu cumpadi Andersu di tantu rí .
U pió foi u cumpadi Gorgi i trabaiá nu hospitar i Tê Qui consurtá cun Dotô Digar pru causa da morroida Qui tava ardenu tamen , hi hi hi hi hi
Cuidadu cun essa pimenta cumpanhêru .
Pescaria caipira
Tava nois nestis bão pra pescaria , fumu na fazenda du cumpadi Gerardin , cabocu bão pra burro , genti da bôa inté pareci irmãum da genti , naquei cantinho bão di terra , Qui a lua nasci iguar a um queijão frescu , Qui da inté vontadi de arranca uma lasca i toma´ cun golin di café friu , lá tamen tem um fugãozão di lenha bão iguar vurcão , mai isu é ota istora , vortemu na pescaria .
Fumu batê um rrastão na lagoa du cumpadi Gerardin , tava eu , cumpadi Marquin , irmão du Gerardin , cabocu Sabiazin i iu Russin Qui era di Pedrarva , ingora é daqui mêmu , u cumpadi Divardu di Parisopis i u sogro dei .
Mai tinha tantu pêxi na disgramada da lagoa Qui num carecia nem di rastão , camão mêmu pegava , era só ponha o dedu na flô dagua i mixia iguar minhoca Qui o pexão vinha chupa u dedu i ucê só interrava u dedu na graganta i intortava u dedu iguar anzó i puxava u bixão pra fora d´agua . U Cabocu Russin pegô inté na costa , uma baita tilapá avuô pra fora dágua i deu uma rabada nu gangoti du cabocu i mui ispertu cargô o lombo nu barracu i prendeu a baita nu barro ai foi só nois pegá camão mêmu .
U cumpadi Marquin teve uma ideia das bôa : Pegô um rolo di fumu di corda cumeçõ a pica i jogou um punhadu dentru da lagôa , ai quandu o pexi saia pra sorta a fumaçin fora dagua , cê ia lá e pegava o bixo Qui tava tonto cun a tragada du fumu Qui era muiforti , ingorin num pregunta ondi o pexi rumava paia e fogu dibaxu dagua , Qui o cumpadi Marquin falô Qui era segredu di pescadô .
Nois cunsiguimu pega uns tressentus arroba di pexi sem nem pricisá du rrastão ou di anzó só na mão i na isperteza . U cumpadi Rafaé pegô uma di 6 quilu nu anzó , mais a Qui entro dentu du carcão du Sabian tinha pru baxu uma arroba , limpinha sem tripa , achu Qui pensô Qui u treco du homi era minhoca rosa .
Só di buxada i tripa di pexi deu um trabaião pra joga fora , pruquê us aribú , tinha mai di mir , num dava sussegu pra nois .
O bão mêmu foi na ora di cumê us pexão , nois fazia churrascu di pexi iguar boi nu roleti i tinha uma danada di pinguin bõa du cumpadi Marquin uma tar di Piriquita . Mais Qui fugareu . U Cabocu Sabiazin Qui fazia uns sete anu Qui num intortava u canecu , virô u capeta du ladu avesso .
U trecu foi feiu tem pexi inté hoji prá nois cumê , só cabô a Piriquita .
CUMPADI JOÂO
Quandu incontremú cun Cumpadi Marquin , ei cunvidô nois pra í cumê uma picanha nu casarão dei , Qui ergueu lá quai in frenti du Polacu , vizin du cumpadi Gerardin , dondi tá invidranu a pinga zucana .
Qui ia lá u cumpadi Carangueju cuzinhêru dus bão , u cumpadi João cumpanhêru bão di proza e causu , inté quai foi prefêtu di Brasopi , tamen ía o cumpadi fredin Qui tinha cabadu di sortá uns leroli nus pastu .
Marquemu prus pinu das seis zora , mai cumu num chegava ninguem u cumpadi maqrin arresorveu fazê uns meio frangu caipira Qui tava cungeladu . uai trein bão dimais sô ,Catemu uns quiabu i cumeçu a obra i a prozeá , u cumpadi tirô dun barrir um litru di Piriquita , pinguin disgramada di bôa .
I proza vai proza vem , tira otô litro di Piriquita mai tava mais bôa inda.
Só sei Qui lá pelas oitora da noiti chegô u cumpadi João , cumpadi fredin , cás patrôa e cumpadi Carangueju cás picanha i umas boema geladin . Mai noi nem liguemu direitu pras picanha Qui u cumpadi Carangueju tava assanu Qui ficou um trein bão sô , pois nois já tinha inchidu o pandu di franguin cun quiabu , roizin brancu i um tutu dus bão fieto na panela di ferru, só fiquemu prozeanu i rematanu a Piriquita du Marquin. Qui é a cachaça né .
Nisso nois cumenta cumé Qui tá vortanu as pomba juriti ,as ligitima i as capivara pra roça , ai u cumpadi João prozeou Qui as pombas dei na fazenda dei tá pesanu cada uma uns sete quio limpa , nois dêmu risada , ai cuntinuô :
- Cêis num critida , né ? È Qui eias posa nu trato ispeciar Qui eu façu pras galinha caipira Qui eu crio só por gostu , pruquê pra vendê num tinha gostu naum , pois us frangu limpo dava mais di dois quilos só di grudura , era prijuizo .Qui uma veiz entro uma capivara nu sitio deis i cumeu u trato ispeciar e deu uns tressentus quilos pois inté um barrancu ela rrancô du lugá iguar tratô di istera , a bixona era uma baita mêmu .
I nois dava risada , u cumpadi Fredin pediu pru cumpadi João tira uns bifis dessa capivara Qui ele tava muita grandi . cumpadi João retrucou :
- Cêis num critida , né ? agora eu parei di fazê essa ração ispeciar imagina si argun boi brabu come dela , tamu fudidu .
Agora eu tõ plantanu calipiu , mais já plantei tantu pé di calipiu Qui si coloca um du ladu du oto dá uma treis vorta nesti mundão bão di Deus .
U cumpadi caragueju pra num fica pra trazi , prozeô Qui ele tava crianu uma minhoca dessa bruta pra caça pintadu i ei acabô dandu pra minhoca essa tar di ração ispeciar du cumpadi joão i dispois di sete dia foi pega a minhoca i ele tinha viradu uma baita di jiboia . he he he he como prozeava o cumpadi .
Cê Num credita , intão vein toma umas piriquita cun nois i conta uns causus bão in vorta da churrasqueira du cumpadi Marquin , só Qui tá inscrivinhadu in cima dea assim : ``traiz Qui nois faiz´´ .